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A mostrar mensagens de 2019

Encontro

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«Eu não acredito na morte. Morrendo a toda a hora, Fui encontrando sempre uma vida melhor.» Angelus Silesius Eis-me assim "encontrada", ao som deste tempo e momento em que o Outono quer entrar, e ao mesmo tempo se mostra ainda escondido entre os raios de sol.  Sento neste chão o  coração  agradecido, porque o corpo já não me deixa fazê-lo. É o custo de ir vivendo e ir morrendo, bem o sei!  Mas gosto de sentir  e viver a alegria que transborda n a beleza e na cor de cada dia que passa. (foto da minha amiga Isabel)

Porque não voas?

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" Porque não voas?" Há alturas na vida em que temos de voar. Não se sabe como nasce esse impulso; porém, sentimos que esse impulso nasce e temos de responder a esse impulso. Se não seguimos esse impulso vamos ficar marcados para toda a vida... Baptista-Bastos, in "No Interior da Tua Ausência" E assim, por causa dum pequeno impulso e deste desejo de voar, deixo uma foto onde estou na mão da minha irmã e no local de maior referência da minha infância. O Meu dedo apontava para um futuro feliz... Como quem estende a mão para receber algo de novo. A poliomielite veio uns meses mais tarde, sem nenhuma explicação... mas não me impediu de cumprir essa promessa. A.M.

Arco-Íris

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Num lugar de sonho, um dia cinzento, um banco, um muro, uma árvore e um tempo de tranquilidade e paz. Quisera sentar-me um pouco, mas temo perturbar o tom, a cor e o vazio que fala de amores e de vidas que passaram por aqui. Oiço somente o bater do meu coração e deixo  passear o meu olhar que se perde e se fixa num arco-íris imaginário e deslumbrante onde    pulsam  novos corações fazendo agitar o astro  e iluminando-o cada vez mais. Fico de olhar cheio e brilhante e sorrio à vida também... Um Olhar cheio de Jesus faz Ver Jesus, faz Vir Jesus!" ( A. Couto ) Foto tirada da net . fac do amigo P. Paulo Teia

Moro entre o dia e o sonho

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«A nossa casa era muito bonita. Além do pequeno quintal que já referi estava rodeada de canteiros floridos. A porta da entrada principal tinha três escadas em granito e um patamar empedrado onde estavam dois canteiros grandes, um que nos pertencia e outro que era comum com a nossa vizinha. Havia hortênsias nesses canteiros, recordo com muito carinho os seus tons azulados de que eu gostava. A rua tinha passeios largos onde podíamos brincar à vontade, com árvores de folhas verdes. Era frequente à nossa volta ouvir-se o concerto dos passarinhos que por ali pousavam e faziam os seus ninhos. Do outro lado da estrada estava uma quinta antiga que ficou dentro do bairro e era nesses terrenos que se encontravam as mimosas e as tílias que me deixaram recordações únicas...»   (das minhas memórias) Recordei estes momentos ao ler este poema de Rilke Moro entre o dia e o sonho Onde cochilam crianças, quentes da correria. Onde velhos para a noite sentam

O som do silêncio

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Olho o som do silêncio a partir deste recanto. Sentada numa pedra que, no meio do caminho, me serve de apoio e guarda o cansaço dos meus pés. Penso o silêncio cheio de claridade e de paz, do verde da paisagem e do azul do mar. Sinto-o esvaziado de pensamentos poluídos pela incerteza e marcado pela promessa de percursos sempre abertos à vida. Penso um silêncio que me dá a palavra para dizer de mim... em silêncio! Alice O som do silêncio Devagar, como se tivesse todo o tempo do dia, descasco a laranja que o sol me pôs pela frente. É o tempo do silêncio, digo, e ouço as palavras que saem de dentro dele, e me dizem que o poema é feito de muitos silêncios, colados como os gomos da laranja que descasco. E quando levanto o fruto à altura dos olhos, e o ponho contra o céu, ouço os versos soltos de todos os silêncios entrarem no poema, como se os versos fossem como os gomos que tirei de dentro da laranja, deixando-a pronta para o poema que nasce quando o silêncio