Tocar a outra margem...
Recolho
esta imagem de um powerpoint e guardo-a, ela tem sentido para mim.
Ao celebrar este acontecimento de fé que é a vinda
do Espírito Santo, entre os limites do meu entendimento, da minha fé e sobretudo
de poder verbalizar emoções tão intimas, perguntava-me como sempre: afinal o
que é o espírito santo para mim? Como o sinto? Como vivo a sua
presença ou não?
A resposta demora... É preciso parar, respirar fundo, ligar-me à
Vida que me sustenta, é preciso... É preciso que tudo seja pensado de novo...
Deito-me cansada e no silêncio do meu quarto, deixo-me envolver
nestes pensamentos até ao momento do abraço que memorizo para não perder de vista, do
abraço que me dá força e me faz desejar ser livre, que me aumenta a fé e a
esperança e me traz à mente este poema que vos deixo, porque agora o entendo à
minha medida… Na "outra margem", está uma mão que acolhe, um vento
que sopra levemente, uma luz que brilha, uma flor que desabrocha... apenas porque eu existo.
Não fui margem sem outra margem onde ligar os braços
Mas fui o tempo solto para entrançar os meus cabelos
E o movimento dos teus pés descalços
Mas fui o tempo solto para entrançar os meus cabelos
E o movimento dos teus pés descalços
Não fui a solidão inteira nem reclusa
Daniel Faria
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