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A mostrar mensagens de 2017

Na minha cidade

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Estou em casa, vim dormir ao meu "lugar". Sinto-me animada embora saudosa dos meus pais. Não trouxe carro, por isso estou mais em sintonia comigo própria, com os meus limites de locomoção e paro um pouco para acolher o silêncio e fazer dele lugar de Encontro.  Aqui nesta minha casa simples não há limites para o olhar nem para o sonho. Olhando a minha cidade,  sinto que, ver mais além... ver mais alto e mais fundo me faz bem e que o preciso tanto,  em tudo!  Ajusta o meu pensamento e a minha reflexão, dá sentido a tudo o que vai acontecendo e solta os meus sonhos à vida que me é oferecida.  Alice

Um dia desapareceu...

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«...Um dia desapareceu. Passou a enviar-nos um postal no princípio de todos os anos, sempre de um lugar diferente. No último contou-nos de uma árvore com quem fez profunda amizade.» Luís Osório Depois de tanto tempo regresso, ou melhor, tento regressar...  O que ficou em mim depois desta mudança familiar,  além da saudade, o desacerto e o desenraizar da minha terra durante algum tempo, é a certeza da amizade e do carinho de muitos.   E o mais bonito da amizade e da relação é saber que estou diante de alguém a quem não preciso disfarçar nada, nem ser o que não sou. Alguém que é capaz de acompanhar o  meu passo e gosta de empurrar a minha cadeira. Quando li este pequeno extrato do livro de Luís Osório, pensei que seria bom escrever estas palavrinhas. Alice

Despedidas... Pai

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  (…) A despedida talvez seja a parte mais difícil da amizade. Não se pode dizer muita coisa. Acho que aprendemos devagar, por vezes com muito custo, por vezes mais serenamente, e ambas as coisas estão certas. (…) Alguns amigos tornam-nos herdeiros de um lugar, outros de uma morada, outros de uma razão pela qual viver. Certos amigos deixam-nos o mapa depois da viagem, ou o barco em qualquer enseada…" José Tolentino Mendonça -  In Nenhum caminho será longo  ** Pai Quero falar-te de amor, de despedidas, dos lugares por onde vou passando e do pequeno barco que ficou à deriva e se acomodou na enseada, quando tu partiste para sempre. Dos dias de inverno, quando a nossa casa ficava rodeada de neve. E eu de nariz encostado aos vidros da janela ficava deliciada a ver as minhas irmãs e as outras crianças brincar. De quando abria devagarinho uma fresta e me davam bocadinhos de neve que ficava a amassar nas mãos até que se derretesse e se escapasse por entre os meus dedos. 

Luz que faz ver

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«Porque a glória do Senhor manifesta-se, quando a luz volta a brilhar para quem dela ficou privado e quando, quem deixara de ouvir, pode apreciar, de novo, o gosto das palavras; manifesta-se quando os paralíticos reaprendem a viver de pé e as pessoas de má vida recuperam a própria dignidade; quando os tristes retomam confiança e os desesperados reencontram um novo horizonte. Na verdade, o desejo mais íntimo de Deus é que, para cada homem e para cada mulher que venha a este mundo, a vida brilhe e brilhe muito»  José Frazão, sj (pequena reflexão sobre o cego de nascença) ** Que estas lágrimas de saudade, não apaguem a memória do teu rosto e não  ensombrem  a Luz que o Senhor me quer oferecer em cada momento, tal como ao cego de nascença.  Que o reconhecimento da fragilidade que em mim existe não me retire a esperança, de que posso reaprender a viver de pé.  Que o silêncio que em rodeia me ajude a ouvir Aquele que  vai pegando nos meus braços caídos para me dizer que há mais v

Silêncio

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Silêncio!!! Prestes a ver o filme silêncio, baseado na história dos Jesuítas no Japão.  Olhos postos no ecrã e momentos de alguma expectativa. Mais tarde: Silêncios, mais expectativas, fragilidades, acertos, crueldade... Por outro lado a parte consoladora: na fé e entrega daqueles, e são tantos os que não vacilam. Silêncios e reflexões para repensar... Um aparente silêncio de Deus, nos momentos em que parece tudo depender de sinais Dele.  Depois, vê-se que ... Ele está presente, e em momentos cruciais fala para dizer de si próprio, que é amor e compaixão, que é força. Que é a Vida. Continuo a minha reflexão sobre o assunto. Alice

Tempo de olhar o mar

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Revolto mas sem inquietação, cinzento e a chegar à praia em espumas soltas e brancas.  Vou-me aproximando devagar, uma enorme quietude me rodeia...  Convida -me à reflexão e a olhar as coisas com olhar livre e surpreso, qual criança que o vê pela primeira vez. Sem pressa, como quem tem todo o tempo do mundo paro e sento-me no muro. Comigo e em mim há um gesto  agradecido vindo de dentro, do mais fundo que existe. Uma tarde de passeio pela beira mar, encantada com pequenos momentos onde as saudades e o seu custo andam misturados de tranquilidade e de bem. A.M.