na poesia, a quaresma...


Este é o tempo em que procuro viver com calma e tranquilidade cada dia tal como se apresenta, com desejo de que o menos possa vir a ser mais e o pouco possa vir a ser um pouco mais. 
É o tempo da quaresma que nos entra em casa e fica connosco. Vem ao nosso encontro e convida-nos a permanecer com o Senhor de um modo único, porque confinados, mas com desejo de nos fortalecer. Este é um tempo da esperança! 

Este é um tempo de Deus!

«Devo ser o último tempo
A chuva definitiva sobre o último animal nos pastos
O cadáver onde a aranha decide o círculo.
Devo ser o último degrau na escada de Jacob
E o último sonho nele
Devo ser-lhe a última dor no quadril.
Devo ser o mendigo à minha porta
E a casa posta à venda.
Devo ser o chão que me recebe
E a árvore que me planta.
Em silêncio e devagar no escuro
Devo ser a véspera. Devo ser o sal
Voltado para trás.
Ou a pergunta na hora de partir.»

Daniel Faria  


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