Senhor: é tempo
Senhor: é tempo. O Verão foi muito longo.
Lança a tua sombra sobre os relógios de sol
e solta os
ventos sobre os campos.
Ordena aos
últimos frutos que amadureçam;
dá-lhes
ainda dois dias meridionais,
apressa-os
para a plenitude e verte
a última doçura do vinho pesado.
a última doçura do vinho pesado.
Quem agora
não tem casa, já não vai construí-la.
Quem agora
está só, assim ficará por muito tempo,
velará, lerá, escreverá longas cartas
e vagueará inquieto pelas alamedas acima e abaixo,
quando caírem as folhas.
velará, lerá, escreverá longas cartas
e vagueará inquieto pelas alamedas acima e abaixo,
quando caírem as folhas.
Ao ler este
poema de Rilke, não resisto ao desejo de o partilhar.
Enche-me de
paz e gratidão pela beleza da poesia que é capaz de tudo tornar perfeito,
frágil e sublime. Traz consigo um desejo de silêncio e de fé, de diálogo
inquieto mas cheio de esperança...
Amo em mim a
fragilidade e a esperança.
Neste verão que foi tão longo
num tempo sem tempo certo
nos momentos de sonhos breves
nos frutos que vi crescer
no fulgor dos meus encontros
na tarde que se fez noite
eu Te procuro Senhor!
Alice
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