No cemitério

Fui ao cemitério, ver e estar um pouco junto da campa da minha mãezinha. No dia em que foi enterrada não consegui, eram muitas escadas para subir, uma caminhada enorme a fazer e eu já não tinha mais forças. Depois das últimas orações que foram feitas, fiquei em baixo com alguns amigos...
Poucas vezes tenho ido a cemitérios, hoje fui com as minhas irmãs e ficamos em silêncio um tempo. Só depois conseguimos rezar.
São tão tristes os cemitérios... sobretudo quando estamos a olhar sem ver, porque o que amamos não existe da mesma forma... mas existe.
A campa tinha flores novas que eram lindas... Mas tudo me parecia um sonho.
(As flores são açorianas do amigo HJ)
(As flores são açorianas do amigo HJ)
Comentários
Acompanhei com amor, alegria e não sem dor partes da vida da D. Julieta. Pude saborear alguns dos seus cozinhados, aprendi que o amor o acolhimento foram a sua constante, recebi muitos beijinhos e meiguices. Estar junto do corpo já sem vida, estar junto da família que apelido de “família adotiva” foi partilhar momento de dor, foi aprender que o importante é estar…
já a caminho do cemitério, no carro com Alicinha, Nuno e P. José Frazão vivi o silêncio do sábado santo. A experiencia do lugar vazio. Silêncio cheio de significados sons e palavras, mas silêncio que não conseguiu por em palavras a mais secreta riqueza da alma. Não fosse a nossa fé ungida de esperança cairia no desalento.
Cristo sepultado desce à mansão dos mortos, entre a Sexta-feira e o Domingo da ressurreição ficamos a olhar “a campa” em silencio um acto de energia, mais forte e mais intenso que qualquer palavra. Tudo agora é memória guardada dentro da nossa imaginação. Gosto de pensar que aqueles que amamos permanecerão sempre vivos dentro de nós.
E tu sabes que, mesmo em silêncio, te abraço, Amiga!
A todo o momento.
Beijo com carinho