se és Filho de Deus, desce da cruz...
"Salva-Te a Ti mesmo; se és Filho de Deus, desce da cruz.” Mt 27, 40
Começámos a semana santa e a Liturgia oferece-nos o relato da paixão de Jesus, que dá a vida até ao fim, até não haver mais vida. Esta leitura é muito reveladora da realidade, é muito bela e muito forte.
Hoje comecei o dia embalada no som da Celebração do Domingo de Ramos pelo Papa Francisco que o meu pai estava a seguir.
Tive a noção de que, mais do que nunca, a História da Salvação está presente nas nossas vidas. Repetem-se as nossas indecisões, as nossas fraquezas, o nosso lamento: “Não O conheço…”
Deixo alguns extratos sobre este mistério de fé:
(…) « E vejo um homem nu cravado e moribundo. Um homem com os braços totalmente
abertos num abraço que não renegará pela eternidade. Vejo um homem que nada
pede para si, não grita: lembrai-vos de mim, procurai entender, defendei-me...
Até ao fim esquece-se de si próprio e preocupa-se por quem morre ao seu lado:
hoje, comigo, estarás no paraíso.
A
cruz é o enxerto do céu dentro da terra, o ponto onde um amor eterno penetra no
tempo como uma gota de fogo, e arde. No Calvário, o amor escreve a sua narração
com o alfabeto das feridas, o único indelével, o único em que não há engano.» (P. Ermes Ronchi).
«Para
saber quem é Deus, devo apenas ajoelhar-me aos pés da Cruz» (Karl Rahner).
A
cruz permanece uma pergunta sempre aberta, diante da qual sei que não entendo.
Mas no fim a cruz vence porque convence, e fá-lo não através das explicações
dos teólogos, mas com a eloquência do coração: «Porque a cruz/ o sorriso/ a
pena inumana?/ Crede-me,/ é tão simples/ quando se ama» (Jan Twardowski).
Estavam
lá muitas mulheres, que observavam de longe. Pequeno rebanho assustado e corajoso:
a Igreja nasce da contemplação do rosto de Deus crucificado (C.M. Martini).
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