Passeio de fim de semana
Foi um maravilhoso
passeio pelo Norte com os amigos da CVX. Momentos de convívio, de visitar ou
revisitar lugares, de encontro com outros amigos e sobretudo de Encontro com
Aquele que nos Congrega no Amor que a tudo dá sentido. Tive de me deslocar
sempre em cadeira de rodas, o meus músculos em cada dia vão empobrecendo e não
consigo caminhar quase nada. Fui no entanto muito mimada e por isso foi um
tempo de ser feliz...
O Poema que fica
de Daniel Faria, tem tanto da minha experiência que o deixo com muito
gosto, só que e porque os meus amigos assim o desejam..."Continuo eu própria a seguir o fio de água no olhar de quem amei"
Terraço da Casa da Torre em Soutelo
Braga - Jardim de Santa Bárbara
O LIVRO SEGUNDO DA NOITE ESCURA, DE SÃO JOÃO DA CRUZ
Quando eu era uma criança de muletas
Estudei o alicerce de coisas paradas
Observei as coisas que se moviam
No olhar estático das coisas que meditam.
Era cirúrgico
Como o homem que opera nas pupilas as
artérias do seu próprio coração.
Estudei um peregrino e outro e outro.
Estavam parados
Contemplavam os passos percorridos
No perímetro da meditação.
Anotei que os alicerces do movimento são
líquidos
Constantes.
Primeiro líquido: a água, nas coisas altas
as nuvens
E penso também nos rios. Segundo líquido:
a saliva
Que curou os cegos. Terceiro líquido: o ar
porque me lembro
Do relâmpago, da velocidade das coisas que
caem. O sétimo líquido:
O sangue do cordeiro.
Quando eu era uma criança parada
Quando não andava numa cadeira de rodas a
empurrar o corpo com
[as mãos
Estudei o movimento dos líquidos
Segui o derrame da semente ao morrer
Caminhasse eu porém e seguiria
O fio de água no olhar de quem amei.
Daniel Faria
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