As Mãos


Li e reflecti este poema. Fala das mãos... Mas que mãos? Questionei-me ao principio...

É que as minhas mãos são sobretudo o que eu sou e vivo. São elas que me ajudam a caminhar ao volante do meu carro e que me fazem ser "as rodas" de alguns amigos, sem rodas.
Mãos que cozinham e lavam loiça, aspiram e limpam o pó... Enxugam lágrimas ou as provocam.
Por vezes rudes, agressivas e egoístas, entristecendo-me...
Mas também são mãos com uma vida vivida e sonhada, mãos da certeza do carinho e do acolhimento, do amor e da segurança, mãos que acariciam e amam.
São mãos picadas por soros e quimioterapias, mas são mãos fortes que exclamam: "não posso desistir agora"...
Mãos que erram e choram, tocam o chão pelas quedas mas também me ajudam a levantar.
As minhas mãos folheiam os livros que ajudam a alimentar os meus sonhos... Muitas vezes, junto-as para rezar e ergo-as em acção de graças...
Aqui fica o poema que dedico a todos vós!

As mãos podem...
Oferecer apoio
no momento certo,
estender-se para consolar,
segurar firme para amparar.
Mas o que mais podem as mãos?
As mãos saúdam, as mãos sinalizam,
as mãos envolvem, dão carinho,
as mãos estabelecem limites,

escrevem e abençoam.
As mãos desenham no ar
o 'adeus ', o 'até logo '.

As mãos agasalham
e curam feridas.

Para o mudo
a mão é o verbo.
Para o idoso é a segurança.
Para o irascível a mão erguida é ameaça.
Para o pedinte a mão estendida é súplica.
Para quem ama, a mão silenciosa,
que acolhe a do ser amado,
é felicidade.Para quem chora,
a mão alheia
é conforto.

Há mãos que agarram, perturbadas.
Há mãos que tocam, suaves.
Há mãos que ferem.
Há mãos que acariciam.
Há mãos que amaldiçoam.
Há mãos que abençoam.
Há mãos que destroem
e há mãos que edificam,
trabalham, realizam.
Há pessoas que transmitem
energias, através da imposição demãos,
entregando-se a essa tarefa
tão bela de amor.

Nossas mãos
podem exteriorizar o amor,
construindo templos,
hospitais e escolas;
fabricando vacinas e
equipamentos médicos;
alimentando famintos,
medicando enfermos...
Podem concretizar a paz social
assinando tratados de armistício,
escrevendo livros,
guiando carros,
pilotando aviões,
varrendo ruas,
tocando instrumentos musicais,
pintando telas,
esculpindo,
construindo móveis,
prestando serviços...

Podem manifestar fraternidade,
ao lembrarmos da
essencialidade do humano,
da sensibilidade, da empatia,
estendendo-as a um irmão que,
num dia difícil, põe-se a chorar.
Suas mãos são abençoadas
ferramentas para construção
de um mundo melhor.
Use-as sempre para edificar,
elevar, dignificar, apoiar,
acenar com a esperança
de melhores dias.

Robert Redford

Comentários

fabynfs disse…
oi adorei seu blog e suas postagens.bjos

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