Enquanto espero por ti Mãe...

Rezei por si mãe e espero que volte depressa para casa...
Passados os primeiros momentos de impacto doloroso, pela sua ida para o Hospital, consigo escrever um pouco sobre isso. Pensei que seria por pouco tempo e já lá vai uma semana, que para todos nós foi longa.
Hoje ao acordar senti de novo o "vazio" da nossa casa, sem si tudo fica diferente...

Ontem o Evangelho dizia: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la». (Mt. 16, 24-25)
Tem sido assim a sua vida mãe, não se esqueça!

Deixo este pequeno texto tão bonito...

Levo-te pela mão, meu filho triste,
E assim havemos de abrir um sulco perfeito,
No coração desta terra.
No teu coração,
Há uma ferida sem fim,
Eu sei,
E sei que encontrarás nos desertos do mundo.
Nas cidades do mundo,
Os sinais da tua mágoa.
Agora, onde estou, é sempre tarde.
Vejo-te a entrar na grande noite dos teus mares,
E ascendo,
Com a minha saudade,
Uma luz intensa sobre os recifes.
Não penses que neste alto alpendre não velo o
Teu sono,
Enquanto espero por ti.

José Agostinho Baptista ( Excerto da obra: O Filho Prodigo)

Comentários

Anónimo disse…
A casa da Avó sempre com as nossas coisas preferidas, como só ela sabe fazer. Os mimos, o carinho, os braços sempre abertos para nos receber, em cada momento lembro-me dela e ao vê-la indefesa, precisando da nossa ajuda, penso apenas no seu amor e de tudo o que fazemos juntas, como nos Natais em que juntas e em festa amassamos as filhoses como só ela sabe.
A ti Didi, e todos os filhos, espero que Deus vos dê força para passarem este momento e podermos todos juntos mais uma vez dizermos que somos uma família em que a Avó - Mãe é a nosso ponto de encontro.
Anónimo disse…
Alicinha
Este poema, do Filho Pródigo, entristeceu-me. Ele é neste momento, também, o reflexo da sua alma.
Caminhe comigo ... a sua Mãe não lhe pertence, assim como os filhos não nos pertencem, por isso não nos agarremos a nada deste mundo como se fosse a rocha firme, pois não teremos forças pra enfrentar a fúria do mar.
Conviva simplesmente com as pessoas, as que estão mais perto de si, dando graças por tudo o que delas recebe e dá. Mas depois, nos desertos da sua vida, onde elas não conseguem entrar, coma o maná e conseguirá sobreviver, com menos dôr, porque Alguém lhe pegou ao colo e a amimou.
Sei que estamos no mesmo contexto e
por isso lhe escrevo, de coração aberto, sem receio de a magoar.
Fiquei feliz por saber que sua Mãe já regressou ao Lar. Observe-a, ecute-a, acarinhe-a, como sempre fez, mas agora com os olhos de Deus Pai.
De alguém a quem Deus colheu um Filho no tempo certo e aprendeu a viver assim.
Anónimo disse…
Querida Mãezinha, depois de umas férias tão agradáveis e cheias de “miminhos mãe” , que grande susto nos pregou…
A distância ainda me fez sofrer, pois as minhas maninhas nunca dizem a verdade toda… rezei muito mãezinha….
No Domingo, ao chegar a casa, que vazio…o Pai muito abatido e triste, a Alicinha, sempre com o seu sorriso tão meigo e a querer esconder o visível cansaço.
Ao chegar a Tété, é óbvio, que ao dar-me aquele abraço apertado me chamou «chorona».
Chegada a hora da visita ao hospital, ao vê-la fiquei mais serena…agradeci ao Divino Espírito Santo (o Deus que mais invoco).
Agora, já com a mãe em casa, e apesar de a ver muito frágil já me sinto outra.
Para ti maninha, não tenho palavras para agradecer o que és, o teu esforço e a força que me dás
Teresinha

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